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Práticas justas de rescisão de trabalho

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6 minutos de leitura
Práticas justas de rescisão de trabalho

A rescisão de trabalho é um processo delicado que requer atenção e cuidado tanto por parte do empregador quanto do trabalhador.

Saiba o que é a rescisão de trabalho, os procedimentos recomendados, fundamentos legais, e outros tópicos relevantes para garantir que este processo seja conduzido de forma justa e transparente. Leia o artigo!

Tabela de conteúdos

 

O que é a rescisão de trabalho?

A rescisão de trabalho é o processo pelo qual um contrato de trabalho entre um empregador e um trabalhador é terminado. Este processo pode ser iniciado por qualquer uma das partes e pode ocorrer por uma variedade de razões. A rescisão pode ser consensual ou litigiosa, dependendo de como as partes envolvidas gerem o término do contrato.

Formas de rescisão de trabalho

Rescisão por iniciativa do empregador

Esta forma de rescisão é iniciada pelo empregador e pode ser classificada em:

  • Despedimento por justa causa: ocorre quando o trabalhador comete uma falta grave, como má conduta ou violação das políticas da empresa. Neste caso, o empregador deve ter provas documentadas e cumprir com os procedimentos legais adequados para validar o despedimento.
  • Despedimento coletivo: envolve a rescisão de múltiplos contratos de trabalho devido a razões econômicas, tecnológicas ou estruturais. Este processo requer a comunicação formal aos sindicatos e trabalhadores, bem como um plano de indemnizações.
  • Extinção de posto de trabalho: ocorre quando o posto de trabalho deixa de ser necessário devido a mudanças organizacionais ou tecnológicas. Deve ser justificado com documentação que comprove a necessidade desta ação.

Rescisão por iniciativa do trabalhador

Também conhecida como “pedido de demissão”, esta forma de rescisão é iniciada pelo trabalhador e pode ocorrer por motivos pessoais ou profissionais:

  • Pedido de demissão com aviso prévio: o trabalhador notifica o empregador da sua intenção de deixar o emprego, cumprindo com o período de aviso prévio estabelecido no contrato ou legislação.
  • Despedimento por iniciativa do trabalhador com justa causa: o trabalhador pode rescindir o contrato imediatamente se houver uma violação grave dos seus direitos, como assédio ou condições de trabalho perigosas. Neste caso, o trabalhador pode ter direito a indemnização.

Rescisão de trabalho por mútuo acordo

Neste tipo de rescisão, ambas as partes concordam em terminar o contrato de trabalho. É uma forma amigável de rescisão que geralmente envolve negociações sobre indemnizações e outros termos de saída.

Fundamentos legais

Em Portugal, a rescisão de trabalho é regida pelo Código do Trabalho, que estabelece normas claras para assegurar que o processo seja justo para ambas as partes. Entre os principais fundamentos legais, destacam-se:

  • Aviso prévio: é necessário cumprir um período de aviso prévio, que varia conforme a duração do contrato e o tipo de rescisão.
  • Indemnizações: em certas formas de rescisão, o trabalhador pode ter direito a indemnizações, calculadas com base na antiguidade e no tipo de contrato.
  • Justificação: em casos de despedimento por iniciativa do empregador, é obrigatória a apresentação de uma justificativa válida e documentada.

Motivos para rescisão de trabalho

A rescisão de trabalho pode ocorrer por várias razões, que geralmente se enquadram em categorias específicas. Cada motivo tem suas particularidades e requisitos legais que devem ser considerados. Deixamos-lhe alguns dos principais motivos:

1. Motivos económicos

Motivos económicos são frequentemente a causa de despedimentos, especialmente em períodos de dificuldade financeira para a empresa.

  • Redução de custos: quando a empresa precisa de reduzir despesas para se manter viável, o que pode levar à eliminação de postos de trabalho.
  • Reestruturação organizacional: alterações na estrutura interna da empresa para otimizar processos ou adaptar-se a novas estratégias de mercado, resultando na necessidade de reduzir o número de empregados.
  • Fecho de operações: encerramento de filiais ou departamentos específicos, especialmente em casos de fusão ou aquisição.

2. Motivos disciplinares

Motivos disciplinares estão relacionados com o comportamento inadequado do trabalhador que quebra as normas ou expectativas da empresa.

  • Faltas injustificadas: ausências frequentes ou prolongadas sem justificação aceitável.
  • Má conduta: comportamentos que violam a política interna da empresa, como assédio, roubo ou insubordinação.
  • Quebra de confiança: situações em que o trabalhador comete atos que afetam a relação de confiança com o empregador, como divulgação de informações confidenciais.

3. Desempenho insatisfatório leva à rescisão de trabalho

Desempenho insatisfatório refere-se à incapacidade do trabalhador de cumprir com as expectativas ou obrigações de sua função, mesmo após tentativas de melhoria, tais como:

  • Incapacidade de cumprir metas: falta de alcance dos objetivos acordados de maneira contínua, afetando a produtividade da equipa ou empresa.
  • Falta de qualificação: situações em que o trabalhador não possui as competências necessárias, e não há progresso apesar da formação ou feedback.

4. Incompatibilidades

Incompatibilidades podem surgir por diversas razões e resultam na impossibilidade de continuar a relação de trabalho de forma produtiva::

  • Diferenças irreconciliáveis: conflitos persistentes entre o trabalhador e a gerência ou colegas que não podem ser resolvidos através de mediação ou ajustes internos.
  • Mudança de valores da empresa: alterações significativas na cultura ou valores organizacionais que o trabalhador não consegue ou não deseja seguir.

5. Rescisão por razões pessoais

Às vezes, a rescisão pode ser solicitada pelo próprio trabalhador devido a razões pessoais que o impedem de continuar no emprego, como:

  • Motivos de saúde: quando problemas de saúde afetam a capacidade do trabalhador de desempenhar as suas funções.
  • Mudança de localidade: a necessidade de se mudar para outra cidade ou país, tornando impraticável continuar o trabalho.
  • Objetivos de carreira: quando o trabalhador procura novas oportunidades que alinhem melhor com as suas aspirações profissionais.

Procedimento recomendado para uma rescisão de trabalho justa e ética

A rescisão de trabalho é um momento crítico que deve ser gerido com sensibilidade e profissionalismo. Seguir um procedimento estruturado pode ajudar a assegurar que o processo seja justo, tanto para o trabalhador como para o empregador. Recomendamos alguns passos para uma rescisão de trabalho justa e ética:

1. Consulta legal e avaliação interna

  • Consulta jurídica: antes de iniciar qualquer processo de rescisão, é fundamental consultar um advogado ou especialista em direito do trabalho para garantir que todas as ações estejam em conformidade com a legislação vigente. Isto ajuda a evitar possíveis litígios futuros.
  • Revisão de políticas internas: verifique as políticas internas da empresa para assegurar que o processo de rescisão segue os procedimentos estabelecidos, incluindo termos contratuais e regulamentos de recursos humanos.

2. Planeamento e preparação

  • Análise de justificativas: avalie cuidadosamente os motivos para a rescisão e certifique-se de que são válidos e bem documentados, especialmente em casos de despedimento por justa causa ou por motivos económicos.
  • Documentação completa: prepare toda a documentação necessária, incluindo cartas de aviso, avaliações de desempenho, e qualquer outra evidência que suporte a decisão de rescisão.

3. Comunicação transparente

  • Notificação formal: onforme o trabalhador sobre a decisão de rescisão através de uma comunicação formal.  Esta ação deve ser feita, preferencialmente, numa reunião presencial, onde a notícia é entregue de forma clara e respeitosa.
  • Explicação dos motivos: forneça uma explicação detalhada dos motivos da rescisão. Seja honesto e direto, mas também sensível às emoções do trabalhador.

4. Gestão do processo de rescisão de trabalho

  • Período de aviso prévio: garanta que o trabalhador cumpra com o período de aviso prévio, a menos que este seja dispensado. O período de aviso prévio varia conforme o tipo de contrato e a duração do mesmo, e é essencial que seja respeitado conforme estipulado por lei.
  • Cálculo de direitos e indemnizações: calcule todas as compensações a que o trabalhador tem direito, incluindo indemnizações, férias não gozadas, e outros benefícios devidos. Certifique-se de que todos os pagamentos são feitos de forma atempada e correcta.

5. Suporte pós-rescisão

  • Assistência na transição: considere oferecer assistência na transição, como serviços de outplacement, conselhos de carreira ou apoio na procura de novos empregos. Desta forma, ajuda a suavizar o impacto da rescisão de trabalho e mostrar um compromisso com o bem-estar do trabalhador.
  • Carta de recomendação: se apropriado, forneça uma carta de recomendação que destaque as habilidades e conquistas do trabalhador durante o seu tempo na empresa.

6. Reflexão e Aprendizado

  • Avaliação interna: após a rescisão, realize uma avaliação interna do processo para identificar áreas de melhoria e garantir que práticas futuras possam ser ainda mais justas e eficientes.
  • Feedback do trabalhador: se possível, obtenha feedback do trabalhador sobre o processo de rescisão. Assim, pode fornecer insights valiosos sobre como a empresa pode melhorar a sua abordagem no futuro.

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A Nádia é content, copy e creative writer. As palavras são a sua grande paixão, usando-as para informar, entreter, ensinar ou simplesmente partilhar. É apologista de que devemos partilhar conhecimento, histórias, experiências (e bolos de chocolate, sempre!). Parceira da Factorial, no mercado português, pretende escrever conteúdos relevantes e informativos para todos os leitores.

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