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Clareza financeira

Anexo IES: o que é e como preencher

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5 minutos de leitura
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A Informação Empresarial Simplificada, ou o anexo IES, surgiu com o intuito de simplificar processos e reunir num único anexo várias obrigações administrativas que outrora eram entregues e comunicadas separadamente. Ao longo dos anos a IES foi sofrendo alterações, sempre com o objetivo de simplificar processos e reduzir a carga burocrática. 

Como preencher o anexo IES

A entrega da Informação Empresarial Simplificada (IES) é uma obrigação que recai sobre a generalidade das empresas e também sobre alguns profissionais singulares que mantêm contabilidade organizada. Em concreto, a IES deve ser submetida por:

  • Sociedades comerciais e sociedades civis com forma comercial.
  • Sociedades anónimas europeias.
  • Empresas públicas.
  • Sociedades com sede no estrangeiro que possuam representação permanente em Portugal, devendo nestes casos apresentar apenas as contas relativas à atividade desenvolvida em território nacional.
  • Pessoas singulares titulares de Estabelecimentos Individuais de Responsabilidade Limitada (EIRL).

Que anexos compõem a IES?

De forma generalista, a estrutura inclui:

  • Anexos A a G, dirigidos sobretudo a sujeitos passivos de IRC, desde empresas residentes que exerçam atividade comercial, industrial ou agrícola, até entidades do setor financeiro ou segurador, empresas abrangidas por regimes especiais e mesmo não residentes com ou sem estabelecimento estável.
  • Anexos A1, B1 e C1, associados às contas consolidadas de grupos enquadrados nos anexos A, B e C.
  • Anexo H, aplicável quando existem operações com entidades relacionadas ou rendimentos obtidos no estrangeiro.
    Anexo I, destinado a sujeitos passivos de IRS com contabilidade organizada.
  • Anexos L a P, relacionados com IVA, reunindo elementos contabilísticos e fiscais, operações realizadas fora da sede, regimes especiais e mapas recapitulativos de clientes e fornecedores.
  • Anexos R a T, que concentram informação estatística, aplicável a vários tipos de entidades: desde empresas residentes com atividade comercial, industrial ou agrícola, a não residentes com estabelecimento estável, EIRL, setor financeiro ou segurador.

Os anexos mais frequentes para a grande maioria das empresas continuam a ser o A, o I e o R. O anexo R, em particular, funciona como complemento estatístico e acompanha obrigatoriamente um dos anexos principais, consoante a caracterização da entidade.

Com a publicação da Portaria n.º 191/2025/1, a estrutura da IES foi novamente ajustada. Além de ser introduzida uma nova folha de rosto, foram eliminados o anexo O (mapa recapitulativo de clientes para efeitos de IVA) e o anexo Q (informação contabilística e fiscal para Imposto do Selo). Estas alterações aplicam-se a partir da declaração relativa ao período de 2024, entregue em 2025 ou posteriormente, reduzindo ligeiramente o volume de informação a submeter.

Erros frequentes ao preencher o anexo IES

Entre os mais comuns, destacam-se:

  • A utilização de dados desatualizados.
  • A falta de confirmação interna antes do envio da documentação.
  • A falta de documentos importantes.
  • A dispersão de documentação por diferentes plataformas e em diferentes formatos. 

Como entregar a IES?

A submissão da IES faz-se exclusivamente online através do Portal das Finanças. Normalmente é o contabilista certificado quem assume esta responsabilidade, embora o representante legal da empresa também a possa executar quando autorizado. O procedimento segue estes passos:

  1. Aceder ao Portal das Finanças, entrando em “Todos os Serviços”, onde se encontra a área dedicada à “IES – Informação Empresarial Simplificada”.
  2. Selecionar a opção “Entregar Declaração”, dando início ao processo.
  3. Transferir o ficheiro para preencher offline ou, em alternativa, abrir e enviar um ficheiro já preparado com a declaração previamente gravada.
  4. Validar a informação antes de submeter. O sistema assinala erros formais, mas a coerência dos dados depende de quem está a preencher.
  5. Submeter a declaração à Autoridade Tributária depois de todos os campos obrigatórios estarem validados.
  6. Guardar a referência Multibanco que surge automaticamente após o envio. É com ela que se paga o registo da prestação de contas.
  7. Efetuar o pagamento dentro de 5 dias úteis.O valor varia entre os 80€ e os 85€.

Datas relevantes a ter em conta para a IES em 2026

  • 15 de julho de 2026: prazo limite para a entrega da IES relativa ao exercício de 2025. Este é o prazo normal para entidades cujo período de tributação corresponde ao ano civil.
  • Antecedência mínima de disponibilização dos formulários digitais no Portal das Finanças: os formulários para a IES devem estar disponíveis com pelo menos 120 dias antes do prazo de entrega.
  • Obrigatoriedade do ficheiro SAF-T a partir de 2026: Segundo a Portaria n.º 191/2025/1, os formulários aprovados e a forma de integração entre a IES e o SAF-T ficam aplicáveis a partir do exercício de 2026. Até agora, o ficheiro SAF-T (PT) era sobretudo usado para auditorias e inspeções, mas não era enviado automaticamente à Autoridade Tributária no momento da entrega da IES.

Com a mudança prevista para os períodos que se iniciam em 2026, as empresas terão de submeter o SAF-T da contabilidade como parte do processo da IES. Ou seja:

  • A AT passa a receber uma cópia completa, estruturada e normalizada da contabilidade da empresa.
  • Grande parte dos dados da IES (especialmente dos anexos A e I) serão preenchidos automaticamente a partir desse ficheiro.

Consequências de não entregar a IES ou de falhar os prazos

1. Coimas e penalizações

Os valores das coimas variam consoante o capital social da sociedade:

  • Para sociedades com capital até 5.000 €, as coimas situam-se entre 100 € e 500 €;
  • Para sociedades com capital superior a 5.000 €, a coima varia entre 150 € e 750 €.

Importa ainda ter atenção ao prazo de pagamento: se a liquidação não for efetuada nos 15 dias seguintes à notificação da contraordenação, os valores mínimo e máximo das coimas podem dobrar..

2. Bloqueio de outros processos administrativos

A IES serve também como documento de referência para várias entidades públicas, incluindo o Instituto Nacional de Estatística e orgãos de supervisão. A sua falta ou entrega fora de prazo pode levar ao bloqueio de processos como:

  • Solicitação de benefícios fiscais ou incentivos públicos.
  • Emissão de certidões junto da Autoridade Tributária e da Segurança Social.
  • Participação em concursos públicos ou candidaturas a financiamentos, que exigem a regularidade fiscal e contabilística.

3. Risco de fiscalização e penalizações adicionais

O atraso ou não entrega da IES aumenta a probabilidade de a Autoridade Tributária iniciar processos de fiscalização. Um incumprimento repetido ou consistente pode desencadear:

  • Auditorias mais apertadas.
  • Pedido de esclarecimentos adicionais sobre documentos contabilísticos e dados de Recursos Humanos.
  • Notificações formais que exigem respostas rápidas sob pena de coimas adicionais.

Simplificar a entrega do anexo IES com a Factorial

Preparar a entrega do anexo IES não requer apenas o preenchimento de um formulário disponível online, pelo contrário. Regra geral, a maior parte do tempo despendido neste processo tem que ver com a compilação de documentos, validação de dados ou a confirmação de que não existe discrepância entre os registos internos e a informação do lado da equipa de contabilidade. A Factorial simplifica o processo ao permitir:

  • Manter a documentação sempre em ordem.
  • Evitar duplicados e versões contraditórias.
  • Partilhar informação com o contabilista certificado de forma segura.
  • Ter dados essenciais prontos a exportar.

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Sou copywriter para uma das principais plataformas de streaming a nível mundial, além de escritora de conteúdos experiente, tradutora, especialista em SEO e em localização para várias marcas internacionais. Tenho um mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes e, no campo da escrita, fui distinguida com uma bolsa para desenvolver um romance, bem como com o prémio Aveiro Jovem Criador, atribuído a um conto. Ao longo dos últimos anos as minhas funções variaram entre o copywriting e a gestão de comunicação e conteúdos, primeiro numa agência de marketing, depois numa start-up e, mais recentemente, como freelancer. Gosto de pegar em temas complexos e torná-los claros, acessíveis e relevantes para quem lê.