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Setembro amarelo e saúde mental no trabalho: como devem os RH ajudar?

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6 minutos de leitura

Há alguns anos o mês de Setembro é conhecido como Setembro Amarelo em muitos países. O dia 10 de Setembro foi escolhido para representar esta causa que abre espaço para um debate  fundamental na sociedade de hoje. Esta é uma campanha internacional adotada também em Portugal com o objetivo de conscientizar e reduzir os casos de suicídios no país.

Nesse sentido, o ambiente de trabalho possui uma grande carga de responsabilidade. Afinal, boa parte da população passa mais tempo no trabalho do que em casa, o que torna essencial o debate sobre a saúde mental no trabalho.

Diferentes situações podem levar ao suicídio, fenómeno que tem determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos. Assim como  pode ter também influências genéticas, culturais e socioambientais. Sendo assim, é um longo histórico de acontecimentos que levam uma pessoa a tirar a própria vida. E não baseado em um fato pontual ou simples.

Por isso, no local de trabalho, o departamento de gestão de pessoas é o mais indicado para estar alerta sobre essa condição. Ele pode realizar atividades de conscientização junto aos colaboradores, abrir o tema para debate e implementar programas que cuidem da saúde mental no trabalho. Que tal conhecer mais sobre o Setembro Amarelo e como a saúde mental no trabalho está ligada a ela?

Índice

Setembro Amarelo: história

A campanha que se estendeu para Portugal foi inspirada pelo 10 de setembro de 2003, quando a Organização Mundial da Saúde definiu a data como Dia Mundial de Prevenção do Suicídio e pela campanha iniciada no Brasil em 2014. Em Portugal, a campanha é  desenvolvida pela ARIS da Planície – Associação de Promoção da Saúde Mental do Baixo Alentejo, em associação com outras instituições ano a ano.

De acordo com os dados conhecidos é nesta região que existe a maior taxa de suicídio a nível e foi essa a primeira cidade portuguesa a desenvolver a campanha. Segundo os dados, a maior parte dos casos é de homens com idade superior a 65 anos.

No mundo, são mais de 1 milhão de mortes. Os números de suicídios em Portugal  não são tão altos se comparados a outros países maiores, mas casos de depressão são cada vez mais comuns e alarmantes, o que torna ainda mais urgente debater sobre este tema.

Dessa forma, o Setembro Amarelo se tornou um programa de informação e conscientização com a população que envolve diferentes organizações. Governo, instituições não governamentais, empresas, órgãos de saúde, instituições sociais, imprensa e entre outras se unem para falar sobre a questão.

A saúde mental no trabalho

Pesquisas demonstraram que cerca de 96,8% das pessoas que cometeram suicídios tinham transtornos mentais. A primeira delas é a depressão, em segundo o transtorno bipolar e por último, o abuso de substâncias. Nesse sentido, a depressão já vem ocupando boa parte dos pedidos de baixas médica, junto com a ansiedade. Aliás, esse consiste em um dos tabus mais frequentes no espaço de trabalho, já que muitas pessoas consideram preguiça o que na realidade é depressão, uma doença.

saude mental no trabalho

No entanto, é fundamental que o setor de Recursos Humanos trabalhe esses temas com seus colaboradores. A depressão e ansiedade são doenças que como consequência baixam a produtividade, ânimo e geram absenteísmo. Ou também presenteísmo, quando o funcionário está na empresa, mas não rende nem consegue se concentrar.

Para identificar essa condição, devemos analisar o ambiente de trabalho. Muitas vezes ele é competitivo, cheio de demandas, estressante e angustiante. Conviver com equipas e ambientes tensos aumenta as chances de tornar o colaborador mais suscetível à depressão e ansiedade. Sendo assim, a saúde mental no trabalho é dos fatores sobre bem-estar do colaborador que mais merecem atenção.

Como o departamento de RH pode atuar?

Conhecer e reconhecer os primeiros sinais que os funcionários apresentam no caso de depressão é essencial. Como vimos, ela é a campeã na lista de transtornos mentais que derivam para casos de suicídios. Além disso, é preciso criar projetos para o fomento de uma boa saúde mental dos trabalhadores.

Um estudo feito com 31 países europeus, Portugal aparece como o sétimo país com mais stress no trabalho da Europa. Outro dado interessante é que, segundo um estudo da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco)  um terço dos trabalhadores estão em risco de esgotamento profissional e cerca de metade queixa-se da falta de apoio dos supervisores em situações de stress. Este problema afeta a produtividade e o comprometimento dos colaboradores no trabalho.

Dessa maneira, torna-se estratégico para empresa e para sua marca empregadora, criar medidas para o cuidado da saúde mental no trabalho. Analisar as necessidades do trabalhador, como tornar seu dia mais agradável e identificar como o desenvolvimento profissional pode ser um aliado disso. Isso implica focar em alguns aspetos do ambiente corporativo e do mercado de trabalho. Vejamos mais detalhes abaixo!

Estratégias para implementar políticas pró saúde mental

Como já deve saber, a gestão de pessoas vêm se tornando uma das principais vias para melhorar o employer branding, o relacionamento entre gestores e equipa, e a promoção de melhores condições de trabalho. Nesse sentido, observamos a relevância de alguns pontos:

Plano de carreira

Uma das pressões sociais mais fortes é pelo sucesso profissional. Dessa maneira, uma forma de dar mais segurança ao colaborador e apresentar-lhe perspectivas reais sobre seu desenvolvimento na empresa é por meio de um plano de carreira sólido. Desde sua chegada na organização, o RH deve abordar e traçar junto ao colaborador um planeamento sobre quais são as expectativas de empresa e funcionário. Assim como, quais serão os próximos passos do colaborador dentro da empresa.

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Mapear o nível de stress

Dados e números são as ferramentas do profissional de RH deste século. E não há dúvidas que o RH continuará a utilizar esses suportes. Sendo assim, para identificar como anda a saúde mental no trabalho, uma boa maneira é mapear o nível de stress na empresa. Crie questionários, converse com gestores e subordinados, identifique comportamentos e etc. O objetivo é obter um relatório sobre como vai o nível de stress na empresa.

Com isso, será possível planear ações de acordo com o resultado dessa pesquisa e de que maneira elas atuarão, de forma mais branda e constante, ou acelerada e pontual. Afinal, é possível que alguns membros da sua equipa estejam a passar por situações de forte tensão e necessitem de ajuda urgente.

Crie canais de comunicação

Ao abordar o tema da saúde mental no trabalho ou ao implementar programas ligados ao Setembro Amarelo, também apresente meio para que o trabalhador informe ou cuide da sua saúde. Formulários anônimos são uma boa alternativa. Ele permite que o colaborador informe se está a passar por momentos difíceis e se gostava de uma indicação sobre o que fazer. Para além disso, ele pode informar sobre episódios de bullying ou problemas com outros colaboradores que podem estar causando situações incômodas.

Abra a discussão sobre o tema

Nunca é demais debater, criar rodas de discussão ou enviar informes sobre a depressão, ansiedade e sobre suicídio. Quebrar o tabu inclui atividades como essa em que o tema não pode ser esquivado ou tratado como desnecessário. Falar sobre saúde mental no trabalho é essencial para que o próprio colaborador esteja atento sobre sua saúde psicológica e saiba quando é preciso buscar ajuda profissional.

Invista em benefícios de saúde mental

Outra solução que empresas e RH encontraram foi adicionar serviços de atenção psicológica disponível para seus funcionários. Em tempos de quarentena, esse tipo de benefício foi mais procurado pelos departamentos pessoais, ao lado de softwares de RH. Assim, é possível que os colaboradores tenham acesso facilitado e sem custos adicionais com profissionais de psicologia.

Uma alternativa extra é também oferecer atividades relaxantes, como yoga no trabalho, atividades físicas leves e mais conforto no trabalho. Além disso, pode ser o caso de melhorar as políticas de RH, como estender licenças parentais. Lembramos que a saúde mental também deve implicar em tornar o trabalho mais flexível e adaptado às necessidades de cada colaborador.

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Bruna Carnevale é Content Manager da Factorial para os mercados do Brasil e Portugal. Com uma formação diversa em comunicação e línguas, se diz cada vez mais apaixonada pela área de RH e acredita que o acesso à informação de qualidade pode ajudar tornar a gestão de pessoas cada vez mais humanizada e eficiente.

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