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Produtividade e Desenvolvimento pessoal: Com Fred Canto e Castro

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8 minutos de leitura
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É bem possível que já tenhas ouvido o nome de Fred Canto e Castro. Muito ativo em suas redes sociais, em especial no LinkedIn, Fred partilha com seus seguidores suas experiências e ideias mais inspiradoras e ajuda-nos a perceber como podemos ser mais bem sucedidos e felizes no nosso trabalho. Mas para além de inspirar outras pessoas, o jovem empreendedor, Mentor e Orador apresenta-se como um líder apaixonado pelo que faz e preocupado em criar as condições para que seus colaboradores sintam-se da mesma forma.

Com espírito empreendedor desde cedo, Fred é o Fundador e CEO do Seekers Club, um ecossistema com múltiplos mentores e programas que ensina milhares de seekers – pessoas que estão a procura de algo a mais e dispostas a aprender com outras pessoas- a se tornarem a melhor versão de si próprios e conquistarem os seus objetivos de vida. Nessa academia de desenvolvimento pessoal, a proposta é investir em si e aprender aquilo que não nos ensinaram na escola.

Como mentor e orador na sua área de especialidade – Life Engineering – o Fred  mostra-nos que podemos fazer diferente em nossa vida profissional, e que isso depende principalmente de nós mesmos.

Nesta entrevista, ele conta-nos um pouco sobre sua trajetória e dá algumas dicas para gestores e colaboradores buscarem a melhor versão de si próprios no âmbito profissional e pessoal.

Confira abaixo a entrevista completa!

As suas publicações no LinkedIn fazem muito sucesso e impactam muitas pessoas. Como sua trajetória pessoal e profissional te trouxe até aqui?

Hoje em dia de facto as minhas publicações do LinkedIn já chegaram a mais de 1 milhão de pessoas. É um privilégio estar a impactar pessoas nesta escala em Portugal. Como é que cheguei até aqui?

Por um lado há a minha própria história. Quando  eu estava na faculdade com 19 anos, estava profundamente desmotivado e sem saber aquilo que deveria fazer. Até que houve um dia em que li um livro chamado “Start with why”, que me fez questionar porque é que estamos aqui e qual é o propósito da vida.

E nesse momento tomei a decisão mais importante da minha vida: tornar a minha vida uma aventura extraordinária. Acredito que a vida é o que nós fazemos dela e portanto nós podemos jogar de forma diferente com as cartas que temos.

Comecei a enviar mensagens no LinkedIn, a conhecer pessoas super interessantes, almoçar com elas e a ler um livro por semana. Aos 22 anos comecei a ter alguma liberdade financeira com a minha empresa e a fazer seminários e cursos internacionais.

“Tive sempre uma busca muito intensa por conhecimento porque acredito que nossos resultados são proporcionais ao nosso nível de desenvolvimento. Se eu quero melhorar a minha vida, eu tenho que melhorar primeiro.”

Houve uma altura em que comecei a perceber que não só adorava aprender para melhorar a minha vida, mas também adorava partilhar aquilo que havia aprendido para melhorar a vida dos outros.

Quando comecei no LinkedIn, fazia uma ou duas publicações por curiosidade e vi que o a alcance orgânico era enorme. Então percebi que eu precisava criar uma marca pessoal para que as pessoas me ouvissem. Passados 4 anos tenho hoje cerca de 30 mil conexões.

“Se nós passarmos por experiências que outras pessoas não passam e tivermos aprendizagens que outras pessoas não têm, é muito valorizado pelos outros se partilharmos de forma consumível aquilo que aprendemos.”

O meu sucesso no LinkedIn vem muito disso, que é publicar conteúdo que é importante para a vida das pessoas e que as faz pensar de forma diferente. São pontos de vista relevante e que acrescenta mesmo valor à vida das pessoas.

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Muitas pessoas defendem a ideia de que devemos trabalhar incansavelmente para atingir nossos objetivos, mesmo que isso implique em poucas horas de sono e pouca atenção à vida pessoal. Qual a sua opinião sobre isso? Como alcançar um equilíbrio?

Há uma grande diferença entre um atleta de alta performance e um trabalhador de uma empresa. O atleta começa cedo sua carreira, treina todos os dias e ao fim de semana compete e tem ali por exemplo 90 minutos onde vai entregar resultados. No caso de pessoas que trabalham em empresas, passamos por um sistema de ensino em que nos dedicamos muitos anos a aprender, a treinar, para depois ter boa performance.

“O que acontece é que muitas das coisas que aprendemos nesse tempo não são praticadas de forma frequente, e nós tendemos a ser muito ineficientes em nosso trabalho.”

Para dar aqui um paralelismo: Um atleta de alta execução treina centenas de vezes para depois executar com eficácia. No caso de um trabalhador de uma empresa em que o treino é intelectual, ele deixa de treinar, de aprender, e pede-se que ainda assim ele execute com eficácia.  Obviamente estamos a falar aqui de trabalhadores de conhecimento, que seja pago por resultados, que  conseguiriam trabalhar muito menos se fizessem bem as coisas a primeira e com maestria. E como fazer isso? Garantindo que toma boas decisões, que as estratégias estão corretas e que faz as coisas de forma eficiente.

“Portanto eu vejo muito isto em clientes e empresas: muitas pessoas fazem muito, com resultados muito pequenos.”

Aquilo que eu aplico na minha vida é: para garantir que meu tempo é utilizado da melhor forma possível e que eu precise de menos tempo para atingir os mesmos resultados, tenho que educar-me e investir 1 ou 2 horas por dia no meu próprio desenvolvimento para garantir que depois o tempo utilizado a trabalhar não seja desperdiçado.

Depois, há toda a outra parte que é a cultura do Hustle, do hard work. Está mais do que provado que o ser humano após certas horas passa a ter rendimentos decrescentes. Eu defendo que devemos priorizar primeiro nosso bem-estar, as nossas relações, depois o nosso trabalho. Para pessoas que são apaixonadas por trabalhar como eu, temos que ter um sistema de controlo.

“Acredito que é possível termos resultados extraordinários se começarmos a focar mais em investir em nós próprios e se preservarmos nosso bem-estar e as nossas relações porque isso torna nosso trabalho sustentável.”

Manter a produtividade dos colaboradores é um dos grandes desafios dos gestores neste momento. Como incentivar a produtividade em períodos de crise? 

Sem dúvida a melhor coisa que pude fazer até hoje pela minha vida foi investir em mim e ter bounderies muito bem definidos, inegociáveis, em que a partir de x horas eu não iria trabalhar.

Para garantir que as pessoas trabalhem menos horas, mas que mantenham o nível de resultados, é fundamental que elas invistam uma boa porção do dia em desenvolvimento pessoal e profissional.

“Enquanto gestores e líderes, temos que criar as condições para que as pessoas sejam extremamente felizes nos seus trabalhos e o encarem como uma coisa fantástica.”

Para isso, temos que ajudá-las a investir nelas próprias e a definir bounderies claros, para que saibam também que não há problema nenhum em sair do escritório mais cedo ou tirar um dia se for necessário para fazerem coisas que também são importantes para a vida delas. Isso na minha opinião é algo extremamente valorizado pelas pessoas.

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No LinkedIn falas muito da responsabilidade que cada pessoa tem sobre seu próprio desenvolvimento. Neste processo, quais ações práticas uma pessoa pode ter no dia a dia para atingir seu potencial?

Eu acredito que a todos nós foram dadas cartas diferentes, contudo somos nós que determinamos o que fazemos com estas cartas. Todos nós temos forças e fraquezas, e a partir do momento em que as descobrimos cabe a nós trabalhar aquilo que acreditamos que precisa ser trabalhado para atingirmos nosso potencial e conseguirmos ter os resultados que queremos.

A premissa de base é que não podemos estar a espera de que as empresas e instituições de ensino nos deem as competências necessárias, temos que ser nós a investir em nós.

A outra premissa é que nós não conseguimos ter resultados acima do nosso desenvolvimento. Temos que ser o tipo de pessoa capaz de gerar o resultado que queremos. Para isso, temos que investir em nós.

“Há duas formas de aprender: Ou aprendemos com nossa experiência de vida ou então com a experiência dos outros, e são os dois importantíssimos na minha opinião.”

O meu conselho para quem quiser se desenvolver é ir procurar as pessoas que já estão a ter os resultados que elas querem ter e perceber como elas pensam, o que fazem, quais atitudes praticam.

Podes enviar uma mensagem pelo LinkedIn a dizer que admira muito o percurso da pessoa e que adorava ter a oportunidade de aprender com ela, por exemplo.

Há também outras formas: livros, cursos e seminários. Ou seja, tudo que seja conteúdo em que podemos consumir a sabedoria que uma pessoa tem.

Portanto aquilo que aconselho a todas as pessoas que queiram investir em si é

1- Assumir responsabilidade por seu desenvolvimento e perceber que não vão ter melhores resultados se não se desenvolverem primeiro.

2- Conhecer e aprender com pessoas que admiramos, que tenham resultados que nós queremos em determinada área.

Neste momento de crise, o papel da liderança é mais importante do que nunca. Além de limitar-se a gerir suas equipas, como um líder pode ser um exemplo para as pessoas?

Acho que existem aqui duas componentes diferentes em liderança. Uma é uma liderança mais visionária, que indica o caminho e faz as pessoas acreditarem em uma visão do futuro que ainda não existe. Outro tipo de liderança é a parte mais voltada para a gestão, ou seja, garantir que a estratégia é executada ao longo do tempo.

“Para além de gerir as suas pessoas, o que é que um líder pode fazer  em períodos de crise? Reconhecer a realidade do cenário atual. O otimismo é fantástico, depois de realismo. Otimismo sem realismo não funciona.”

Portanto primeiro temos que ser realistas para percebermos qual é o cenário atual. Depois pensar com base nos recursos que nós temos e no estado das coisas, como podemos criar uma visão muito melhor?

“Aquilo que um líder deve fazer é garantir que as suas pessoas conseguem ver uma visão do futuro que é profundamente apaixonante, na qual acreditam e para a qual querem caminhar em conjunto.”

Um líder também sempre pode ser um exemplo de possibilidade. É como quando estamos em algum tipo de dificuldade mas vemos alguém que tem a mesma dificuldade e a ultrapassa. Ela torna-se um exemplo de possibilidade que nos mostra que é possível. Um líder deve ser alguém que não está só a falar, mas também a fazer.

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Conte-nos um pouco mais sobre o Seekers Club, de onde veio esta ideia e como pode ser útil para as pessoas?

Seeker é alguém que está a procura de algo a mais na vida e que tem a humildade de ir aprender com os outros para se tornar uma pessoa melhor e conquistar melhores resultados.

Na minha jornada de descoberta, de seerker, aquilo que percebi foi que a maioria das coisas que são necessárias para aproveitarmos nossas vidas ao máximo não são ensinadas no sistema de ensino tradicional.

“Como criar relações profundas, ter conversas difíceis, gerir emoções negativas, ter mais saúde e energia, ou como gerir melhor nossas finanças pessoais e nosso tempo? Nada disso é ensinado no nosso sistema de ensino.”

Eu tive que investir tempo, esforço e dinheiro para algo que deveria ser extremamente acessível.

A nossa missão no seekers é ser um ecossistema em que para qualquer pessoa que quer melhorar a sua qualidade de vida e atingir seu potencial, tenha ferramentas necessárias  para o fazer. Nós temos um conjunto de mentores com os quais criamos programas para levar às pessoas a possibilidade de se desenvolverem. No primeiro mês que lançamos isto em Maio, em meio a pandemia, tivemos mais de mil seekers inscritos. Agora fizemos nosso primeiro evento ao vivo em que esgotamos o capitólio. Isso mostra que as pessoas estão ansiosas por investirem em si e serem melhores.

Damos então a possibilidade às pessoas de passarem por programas que lhe façam ganhar um conjunto de competências, para depois conseguirem melhorar as suas vidas.

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Bruna Carnevale é Content Manager da Factorial para os mercados do Brasil e Portugal. Com uma formação diversa em comunicação e línguas, se diz cada vez mais apaixonada pela área de RH e acredita que o acesso à informação de qualidade pode ajudar tornar a gestão de pessoas cada vez mais humanizada e eficiente.

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