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A importância da carta de recomendação profissional para os RH

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8 minutos de leitura
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As referências de empregadores anteriores são um dos indicadores mais úteis na hora de recrutar um novo colaborador. Nesse sentido, a carta de recomendação profissional torna-se uma ferramenta valiosa para os departamentos responsáveis pelo processo de seleção.

Neste artigo vamos falar do que é a carta de recomendação na perspetiva dos recrutadores, e de que forma os RH podem recorrer a ela para recrutar melhores colaboradores.

Leia o artigo completo ou clique no conteúdo que lhe interessa abaixo:

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O que é a carta de recomendação profissional

De forma resumida, a carta de recomendação é um documento escrito por alguém, sobre uma terceira pessoa, tipicamente, um candidato. Por vezes é, também, denominada como carta de referência profissional.

Pode ser elaborada por um antigo empregador, quer se trate de um superior ou colega. Pode também ser escrita por antigos professores ou, até, familiares ou amigos.

Mais do que falar das competências técnicas, destina-se a abordar as capacidades e características relevantes para determinado cargo. Pode destacar, por exemplo, a forma como alguém se relaciona com uma equipa ou o tipo de postura em determinada situação profissional.

Além disso, pode também fornecer casos concretos de como a pessoa reagiu ou atuou perante uma tarefa ou projeto.

Consoante o tipo ou fim a que se destina, poderá ser mais ou menos pessoal e mais ou menos detalhada. Mas deverá ser sempre num registo objetivo e em tom formal.

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Diferentes tipos de carta de recomendação

O contexto mais comum em que uma carta de recomendação é solicitada é no contexto profissional.

Contudo, a carta de recomendação é útil e válida em diversas outras situações. Passamos a partilhar algumas situações em que a carta de recomendação também poderá ser solicitada e o seu respetivo tipo.

👉 1) Carta de recomendação profissional

É utilizada para demonstrar o perfil de trabalho de um profissional, durante o período em que esteve numa determinada empresa. Pode incluir aptidões observadas no dia a dia, comportamento do profissional em equipa ou perante superiores, etc.

Como mencionado antes, pode ser redigida por um superior, colega, responsável dos RH ou similar. E é tão mais valorizada quanto mais elevado for o cargo da pessoa que a escreve.

Uma carta de um superior não tem o mesmo valor que a de um colega. Por outro lado, uma carta elaborada por um colega pode transmitir um feedback mais genuíno e detalhado.

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👉 2) Carta de recomendação académica

É o tipo de carta de recomendação mais adequado para profissionais sem experiência no mundo do trabalho. É também o tipo de carta usada no acesso ou concurso a cursos académicos, como mestrados e doutoramentos.

Neste caso, deve conter informações respeitantes à postura do candidato como estudante, evidenciando pontos relevantes para a vaga a que se candidata. Neste sentido, deverá ser escrita por um professor, coordenador do curso ou orientador.

👉 3) Carta de recomendação genérica

Talvez o tipo de carta de recomendação menos utilizada. Poderá ser redigida em linhas mais genéricas e de forma a atestar a idoneidade, ética e postura de uma pessoa.

Trata-se de um modelo mais impessoal e poderá ser excelente para ser usado quando não há muita descrição do que deve conter a carta. De todo o modo, é obrigatório que contenha informação sobre a pessoa que a redige. Assim como qual o cargo que foi ocupado durante o período de tempo a que se refere. Ou traços da personalidade da pessoa.

Qual a finalidade de uma carta de recomendação profissional?

O intuito é o de transmitir uma imagem positiva da pessoa recomendada e funciona como que um voto de confiança. Algo que destaque o candidato e forneça ao recrutador informação que vai para além da fornecida pelo próprio.

Assim, deve ser fornecida como complemento do CV e de uma eventual carta de apresentação, de que falaremos mais adiante.

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Do ponto de vista dos RH, pode ser pedida quando é procurado um perfil específico para um cargo, em que a experiência anterior do candidato seja mais valorizada.

Poderá, também, fazer sentido em processos de seleção competitivos, em que fatores de desempate, para além do CV, sejam úteis. Ou ainda quando o empregador pretende ter mais um critério de avaliação, que suporte a sua decisão.

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Carta de recomendação profissional vs. carta de apresentação

É comum estes dois tipos de carta serem confundidos. Mas ambos são radicalmente distintos.

Como já vimos, a carta de recomendação profissional deve ser redigida por terceiros. Também como mencionado, visa atestar as capacidades de um candidato.

Ao contrário da carta de recomendação, a carta de apresentação consiste num documento escrito pelo próprio candidato. Nele o candidato expõe informação sobre si mesmo, sobre a sua experiência e motivações para se candidatar. Pode também conter pontos fortes e expectativas profissionais.

No fundo, é uma apresentação do candidato, feita pelo próprio.

Deve ser sempre igualmente em tom formal, ser objetiva e o mais imparcial possível. Um candidato confiante e capaz de apresentar as suas mais valias é valorizado. Mas a autopromoção em excesso pode ser prejudicial, e é aí que devera entrar a carta de recomendação profissional.

É através dela que as capacidades do candidato podem ser elogiadas de forma a construir uma imagem positiva junto do empregador. Algo atestado por uma pessoa que tenha trabalhado com o candidato, seja um superior, colega ou professor é muito mais genuíno e será muito mais valorizado.

De seguida, partilharemos um modelo de carta de recomendação que ilustra como poderá ser benéfica na construção dessa imagem positiva.

Exemplo de Carta de recomendação profissional

Não existe uma fórmula mágica para redigir uma carta de recomendação profissional. Esta deverá obedecer a algumas regras, mas, acima de tudo, deverá soar autêntica, ser simples e factual.

Abaixo deixamos um exemplo de carta de recomendação profissional, dos muitos possíveis:

Ex.mos Senhores,

(nome da pessoa recomendada), trabalhou connosco no período de (indicar início e fim), no cargo de (nome do cargo), desempenhando a função de (especificar a função).

Durante esse período, enquanto (especificar cargo da pessoa que recomenda) tive a oportunidade de testemunhar o trabalho desenvolvido por (nome da pessoa recomendada), em particular no desempenho das tarefas de (mencionar tarefas relevantes). Em todas as ocasiões demonstrou grande competência profissional e espírito de equipa.

Durante este período de tempo, pude também constatar o seu empenho, dedicação, competência e esforço em todas as tarefas que tinha a seu cargo.

Devo, ainda, destacar o facto de que foi sempre uma pessoa cumpridora de todos os prazos estabelecidos, mostrando também uma enorme motivação e disponibilidade.

Desta forma, estou certo de que será uma excelente aquisição para qualquer empresa/para o cargo de (especificar cargo) na empresa (especificar empresa) e fico à disposição para qualquer informação adicional que necessitem.

Melhores cumprimentos,

(assinatura)

(nome do empregador), (telefone), (email)

O que devem os RH procurar numa carta de recomendação profissional?

A carta deve, regra geral, ser sucinta e conter informação concreta. Contudo, há elementos que podem ser bons indicadores do perfil do candidato.

Exemplos específicos (como no caso das tarefas, no modelo acima) e características que sejam valorizadas pela empresa ou para a vaga (trabalho em equipa, responsabilidade, cumprimento de prazos, etc.), são alguns deles.

Ou seja, deve ser procurada informação que vá para além do elogio genérico. Assim como capacidades ou características coincidentes com o perfil traçado, dentro da descrição de funções publicada, para ocupar o lugar que motivou o processo de recrutamento.

É, ainda, importante, que o responsável pelos RH procure contextualizar a carta. Isto é, perceber de que forma as capacidades descritas se adequam ao cargo que era ocupado então. Assim como verificar se o conteúdo transmitido na carta de recomendação profissional corresponde à informação fornecida pelo candidato no CV.

Adicionalmente, a carta de recomendação profissional deve ser tratada pelos RH sempre em conjunto com os restantes dados disponibilizados. Como, por exemplo, o CV, portfólio ou carta de apresentação, entre outros. Tal como mencionado antes, deve ser encarada como algo adicional, que complementa.

É também importante que, em caso de dúvida, o profissional de recursos humanos ligue para a referência da carta de recomendação, para confirmar a validade da mesma.

A importância das referências no processo de recrutamento

A carta de recomendação profissional, tal como surgiu originalmente, evoluiu ao longo dos anos.

Nos tempos mais recentes tem vindo a assumir diferentes formatos, como as recomendações no LinkedIn, os programas internos das empresas para referenciar um amigo ou antigo colega, ou as reviews e avaliações em plataformas de recrutamento.

Mas, na sua essência e independentemente do formato, tudo se resume a haver alguém que referencia alguém. Daí, como mencionámos, também se chamar à carta de recomendação profissional, carta de referência profissional.

E porque têm as referências, como no caso do LinkedIn, um papel fundamental no processo de recrutamento?

Cada vez mais dependemos da confiança para estabelecer qualquer relação, seja ela pessoal, de trabalho ou comercial. Poder ter a opinião de alguém que antes de nós já lidou com aquela pessoa, noutro contexto, fomenta essa confiança.

Deste modo, e aplicando ao contexto laboral, ter acesso a referências e feedback de experiências anteriores, funciona como um acelerador de confiança.

Alternativas atuais à tradicional carta de recomendação profissional

Mencionámos antes três alternativas à carta de recomendação profissional, mais adaptadas a realidade atual. De seguida falaremos um pouco de cada uma delas.

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LinkedIn

No caso do LinkedIn e similares, não é novidade que este tipo de plataforma se tornou um dos melhores locais para recrutar e ser recrutado. Nos dias de hoje são locais onde empresas e profissionais se concentram, e das formas mais eficazes de contratar alguém.

Assim, tornaram-se locais em que os departamentos de Recursos Humanos têm acesso facilitado ao histórico do candidato. Bem como às suas referências e recomendações, que permitem ganhar confiança mais rapidamente e otimizar o processo de seleção.

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Programas internos das empresas

Os programas internos das empresas para referenciar um amigo ou antigo colega, podem ser métodos extremamente eficientes.

Poupam tempo e recursos aos departamentos de RH, ao darem acesso direto a um grupo de candidatos de qualidade. Além disso, alinham expectativas junto dos candidatos que, ao chegarem ao processo via recomendação, já sabem com o que contar.

Reviews ou sistemas de avaliação

Por último, quanto às reviews em plataformas de recrutamento, muito populares entre os freelancers, por exemplo, são uma forma útil de atestar a capacidade de um profissional antes sequer de o contactar.

Uma vez mais, permitem otimizar o processo de seleção, possibilitando uma filtragem de candidatos a considerar, logo à partida.

💥  Como nota, é importante destacar que qualquer uma destas alternativas à carta de recomendação profissional funciona nos dois sentidos. Isto é, em muitos casos não são apenas os candidatos que são referenciados, mas também as empresas.

Através do referenciamento, os candidatos podem, também, obter elementos sobre a empresa e formar uma imagem ou opinião da mesma.

Ainda que não sejam a ferramenta mais óbvia a que os RH recorrem nos processos de recrutamento, a carta de recomendação profissional não deve, assim, ser menosprezada. Comprovadamente, pode ser um aliado importante e fornecer informação vital.

E, mesmo que o seu formato tradicional tenha caído um pouco em desuso, existem inúmeras outras ferramentas mais recentes e alinhadas com as exigências do trabalho atual.

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Copywriter especializada em SEO, a Vanessa é parceira da Factorial para o mercado português. Com formação em comunicação e marketing, tem experiência na área da escrita de conteúdos web, sejam eles para blogues, sites ou newsletters. É também ghostwriter, algo que a inspira muito. No fundo, adora escrever.

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