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Tecnologia no RH: Entrevista com Susana de Sousa, da Loom

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6 minutos de leitura
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Não há dúvidas de que o mercado mudou nos últimos meses. Com a crise mundial do Coronavírus, empresas e colaboradores passaram a lidar com diversos desafios e novidades diariamente. Enquanto algumas empresas tiveram mais dificuldades com a crise, outras encontraram nela uma oportunidade de crescimento e aprendizado. Mais do que nunca, os recursos tecnológicos são fundamentais para que as empresas consigam manter suas operações. A tecnologia no RH também cresce e aparece como grande aliado dos profissionais que enfrentam o desafio de gerir pessoas à distância.

Com isso, a demanda por ferramentas que otimizem tornem possível o trabalho remoto aumentam cada vez mais, alterando a realidade interna e externa das empresas do setor tecnológico.

Na entrevista desta semana, conversamos com Susana de Sousa, Support Manager da Loom, empresa que oferece uma ferramenta de comunicação de trabalho que permite a transmissão de mensagens por meio de vídeos compartilháveis instantaneamente, recurso cada vez mais necessário no contexto atual.

Responsável por parte das contratações da empresa, Susana fala sobre as mudanças trazidas pela pandemia para o setor tecnológico e como a empresa conseguiu aproveitar o momento para acelerar seu crescimento. Para além disso, sob seu olhar de Support Manager, Susana comenta sobre como teve que adaptar os processos de recrutamento e de onboarding dos funcionários, e como a tecnologia aparece como grande aliada neste momento.

Confira a entrevista completa abaixo!

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Antes de mais nada, conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional. Como chegou ao cargo em que está atualmente e porque escolheu a área de tecnologia?

Comecei por trabalhar com a Airbnb em 2011, quando ainda não se falava muito em ficar em casa de estranhos. Tive a oportunidade e a sorte de crescer com a empresa num período de “hyper growth”.

Foi lá que aprendi a gerir pessoas e a construir equipas. Daí, foi um pequeno passo até entrar em empresas mais viradas para a área da tecnologia. Neste momento sou Support Manager na Loom, onde trabalho há cerca de 3.5 anos.

 

Na sua opinião, qual a importância da tecnologia no RH neste “novo normal”? Estamos acompanhando uma aceleração da transformação digital?

É muito importante, de facto. Desde a utilização de tecnologia para fazer onboardings mais eficientes, à utilização de vídeo como meio de comunicação (em detrimento de conversas em pessoa), considero a tecnologia no RH completamente indispensável para todas as tarefas associadas com a gestão de recursos humanos. 

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Como a Loom enfrentou a pandemia e quais foram os maiores desafios que a empresa teve que enfrentar? E para além das dificuldades, houve algum aspeto positivo desta crise?

A Loom, felizmente, encontra-se numa posição extremamente privilegiada, mesmo com a pandemia. O nosso produto principal facilita a criação de vídeos para que as equipas possam se comunicar da forma mais eficiente (e à distância).

“Como podem imaginar, com a pandemia a maioria dos trabalhadores viram-se forçados a aceitar o desafio do teletrabalho e a descobrir novas ferramentas para comunicar. “

A utilização da Loom disparou (e ainda não abrandou) com novos utilizadores a gravarem e a enviarem vídeos aos seus colegas todos os dias. Devido a esta aceleração na utilização da plataforma, a minha equipa continuou a crescer para responder ao aumento de novos clientes.

Neste período de crise, quais as maiores mudanças no processo de recrutamento e seleção? Como este processo tem sido adaptado neste momento em que o teletrabalho prevalece e quase tudo deve ser feito a distância?

Mais uma vez a Loom encontrou-se numa posição privilegiada, dado que cerca de 50% da nossa equipa trabalha remotamente (eu incluída). Existe, de facto, um escritório em São Francisco onde recebíamos candidatos para entrevistas em pessoa.
Mas devido ao facto de termos uma equipa tão habituada a trabalhar remotamente, a transição para o teletrabalho completo foi relativamente fácil.
Utilizamos ferramentas como o Slack, o Zoom e, claro, a Loom para comunicar tanto internamente com a equipa, como externamente com clientes e candidatos.

O processo de recrutamento em si mudou apenas para candidatos que iriam trabalhar do escritório.

“Antes da pandemia chegar, os nossos processos de recrutamento já estavam preparados para serem efetuados do início ao fim completamente online.”

Uma etapa fundamental para o sucesso de um colaborador é a sua integração na empresa. Como isto tem sido feito nos últimos tempos? É possível manter a qualidade desse processo mesmo online?

É possível manter a qualidade de onboarding, mesmo que este seja feito online.

“Algo que quero realçar é que o aspecto humano é essencial. Existe uma grande diferença entre fazer um processo de onboarding online e em pessoa.”

Quando se faz esse processo em pessoa, existem mais oportunidades para conversas informais e é mais fácil conhecer pessoas no escritório, o que completa a experiência de onboarding. Quando se está online, é essencial encontrar maneiras de substituir (ou até simular) estas actividades que normalmente acontecem organicamente.

Há que planear e pensar estrategicamente sobre todas as etapas de um processo de integração dado que este não passa só por uma aprendizagem dos processos da empresa, mas também pela socialização entre colaboradores.

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Como fazer um onboarding de sucesso? Quais recursos mais nos ajudam neste processo?

Para nós, na Loom, a resposta a um onboarding de sucesso encontra-se nos detalhes.

“É importante que os novos colaboradores se sintam especiais e apoiados durante todo o processo.”

Para isso, gostamos de enviar uma encomenda com algum “swag” com branding empresa, como t-shirts ou meias, para que as pessoas se sintam parte da equipa mesmo antes do seu primeiro dia.

É também importante estabelecer expectativas para esse mesmo primeiro dia e dar a conhecer detalhes sobre a empresa (cultura, história, equipa). A partir daí todos os onboardings diferem um pouco, dependendo da posição, mas existe algo em comum em todos – a transparência e a comunicação, especialmente quando todo o processo é feito remotamente.

“Para que os novos colaboradores percebam o que lhes está a ser pedido é necessário comunicar claramente, documentar essa informação e estabelecer pontos de contacto em caso de dúvida.”

Quais competências são essenciais para a contratação no setor de tecnologia? As soft skills também são valorizadas nesse caso ou as hard skills ainda prevalecem?

As soft skills são cada vez mais importantes, especialmente em empresas que têm como prioridade construir uma cultura baseada em valores.

Na Loom, por exemplo, procuramos candidatos que não só representem os nossos valores enquanto equipa, mas que sejam aquilo que identificamos como “culture add”. Ou seja, procuramos pessoas que adicionem mais à equipa atual em termos de soft skills. Hard skills são essenciais, claro, mas não são suficientes.

Por exemplo, motivação e iniciativa são skills que procuramos em candidatos para a Loom, sendo que são muito complicadas de se ensinar. Para apoio ao cliente, empatia é uma soft skill indispensável, tal como a necessidade de ter uma atitude positiva.

“Recrutar tendo soft skills em mente é uma maneira de diferenciar um bom candidato de um excelente candidato.”

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Como treinar esses profissionais? Como a gestão de talentos é aplicada em uma empresa de tecnologia?

É muito importante apostar em treino contínuo. Esta é a maneira mais fácil de manter colaboradores interessados e motivados, sendo que ambas as partes são beneficiadas: a empresa, porque os colaboradores aumentam a sua produtividade, e os colaboradores, pois continuam a desenvolver as suas skills para o futuro.

“Empresas que apostam em treinos regulares e dão prioridade desenvolvimento de core skills são as mais bem sucedidas não só em termos financeiros, mas também em termos da satisfação dos colaboradores.”

Algo que se traduz em maior retenção e que tem um impacto directo nos lucros da empresa.

E quais competências estão em falta em profissionais de TI? Em que especializações os novos candidatos deveriam investir mais?

É uma excelente pergunta e penso que não existe uma resposta que esteja completamente correta. Penso que as hard skills mais populares de momento são mais viradas para a vertente técnica.

Análise de dados, programação, design são skills extremamente úteis e que todas as empresas valorizam e procuram para as suas equipas.

Relativamente a soft skills, considero que skills como a criatividade, persuasão e inteligência emocional são absolutamente essenciais.

“Candidatos que se queiram destacar no processo de recrutamento necessitam de entender as necessidades do empregador e como se podem adaptar às mesmas.”

Para isso precisam de ser criativos na maneira como abordam o desafio. E acima de tudo, ter coragem.

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Bruna Carnevale é Content Manager da Factorial para os mercados do Brasil e Portugal. Com uma formação diversa em comunicação e línguas, se diz cada vez mais apaixonada pela área de RH e acredita que o acesso à informação de qualidade pode ajudar tornar a gestão de pessoas cada vez mais humanizada e eficiente.

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