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A Liderança ainda faz a diferença?

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6 minutos de leitura
liderança

Liderar pessoas é um grande desafio para o qual é preciso preparar-se bem, dominar as exigências inerentes à função e compreender o que se espera de quem está numa posição de liderança nos dias de hoje.

Num mundo disruptivo e em constante mudança, a liderança situacional consiste num modelo de intervenção com seis estilos complementares que se adequam a diferentes pessoas e circunstâncias, podendo ser uma mais-valia e uma excelente abordagem a ter em conta.

Tabela de Conteúdos:

O que é a liderança e quais as suas vantagens?

Chegar a uma posição de liderança é, para muitas pessoas, uma ambição. Afinal de contas, ser líder confere um conjunto de vantagens, como por exemplo:

  • Aumento do reconhecimento;
  • Ter o poder de decisão;
  • Maior retorno financeiro;
  • Acesso a algumas regalias.

Contudo, há um outro lado que é muitas vezes ignorado: ter a responsabilidade de gerir e motivar outras pessoas, trabalhar sob maior pressão, responder pelo trabalho e resultados de outros, tendo de se adaptar a pessoas diferentes.

Fruto desta ambição, todos conhecemos alguém que nunca deveria ter uma posição de liderança mas que o faz todos os dias. Assim como todos conhecemos alguém que, mesmo sem ter um cargo ou posição de liderança, representa o que significa verdadeiramente liderar bem.

Como chegaram algumas pessoas a posições de liderança é um mistério por resolver, assim como é intrigante constatar que outras pessoas nunca tiveram essa oportunidade.

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Os líderes que tivemos e o que aprendemos com eles

Pensemos nos nossos percursos profissionais: que líderes tivemos? Fizeram a diferença? Marcaram pela positiva ou pela negativa? Se tivermos a devida resiliência, podemos aprender com todos: com os melhores, aprendemos o que fazer; com os piores, aprendemos o que evitar.

Entre as muitas exigências do que significa construir uma carreira no mundo corporativo do nosso tempo, liderar pessoas neste contexto é algo ainda mais desafiante.

Nos dias de hoje, em que tudo é rápido, complexo e global, o mundo em que vivemos é uma caixinha de surpresas – vivemos em constante mudança, a disrupção é o “prato do dia” e este é o novo normal.

O que ontem era verdade, hoje é mentira. O que ontem era comprovado, hoje é questionado. Todas estas mudanças criam novos paradigmas, geram novas exigências e novas zonas de desconforto a quem lidera. É neste contexto, mais exigente do que nunca, que é preciso liderar… e é preciso liderar bem! Estarão os líderes de hoje preparados para lidar com tudo isto?

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estilos de liderança

Confiamos nos líderes que temos?

Num estudo do Odgers Berndtson Leadership Confidence Index, com a Harvard Business Review Analytic, participaram dois mil executivos de trinta países incluindo Portugal, representando empresas de diversos setores, da indústria às tecnologias, passando pela energia e telecomunicações, construção e retalho, entre muitos outros. A grande questão era: estará esta disrupção a criar uma crise de confiança nos líderes? E a resposta é: sim, está!

Segundo este estudo, face às constantes mudanças que o mundo corporativo integra, apesar de 95% dos executivos seniores em todo o mundo acreditarem que uma gestão correta desta disrupção é vital para o sucesso das suas organizações, apenas 15% assumem ter confiança na capacidade da sua própria equipa de liderança para responder a essas causas.

Mais: só 16% consideram que o tema tem sido bem gerido até à data, e 88% considera mesmo que vai ser ainda mais crítico nos próximos anos… e isto aplica-se a cargos de topo mas também a equipas de gestão.

Ou seja, reconhecem que liderar em contextos de mudança é decisivo, mas não têm a capacidade de o fazer nem estão rodeados das pessoas certas para o fazer.

Adicionalmente, é importante perceber o que significa responder, nos dias de hoje, a este desafio. Liderar pessoas nunca foi tão exigente. O mundo mudou, continua a mudar e vai mudar ainda mais, afetando também a interação entre as pessoas e, por consequência, o que se espera delas, sobretudo de quem está a liderar.

Como se liderava vs como se lidera

Senão vejamos: na Revolução Industrial, as empresas precisavam de empregados, que infelizmente eram na sua larga maioria pouco habilitados e com baixas expectativas, atraídos pelo salário, formatados para executar, com obediência e disciplina, em empregos repetitivos e estáveis.

O paradigma mudou totalmente com a Revolução Tecnológica do nosso tempo. Agora procuram-se colaboradores qualificados, diferenciados e criativos, atraindo-os para novos projetos de curta duração. São, também, estimulados a serem criativos, a contribuírem para superar expectativas e inovar nos serviços prestados.

O desafio agora é liderar colaboradores ambiciosos, críticos e informados, que fazem mais e melhores perguntas. Colaboradores que esperam mais e melhores respostas, com elevadas expectativas e baixa tolerância ao erro, sem paciência para respostas vagas.

É por isso que quem lidera pessoas, independentemente da área em que o faz, precisa de estar cada vez melhor preparado para o fazer – já não basta chegar a uma posição de liderança, é preciso saber claramente o que se está a fazer.

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Liderança situacional e os seis estilos de liderança

Para responder a estas exigências, recomenda-se uma abordagem de Liderança Situacional. Ou seja, quem lidera deve adequar a sua intervenção a três fatores igualmente importantes:

  1. O seu estilo natural de intervenção, isto é, a sua maneira habitual de interpretar, gerir e intervir;
  2. O perfil do liderado, ou seja, as suas características pessoais e profissionais;
  3. A natureza da situação, por outras palavras, em que consiste o desafio a enfrentar e o que dele pode surgir.

Neste domínio, Daniel Goleman é uma referência mundial, com vários livros que explicam, com cariz prático e fundamentação científica, a pertinência deste modelo de gestão de pessoas e equipas.

Segundo o Psicólogo e Professor norte americano, existem seis estilos de liderança situacional:

  • Visionário – líder que tem ideias claras sobre o futuro de médio e longo prazo que quer construir para as suas pessoas;
  • Relacional – privilegia um clima positivo e agradável, com satisfação e proximidade com a equipa;
  • Dirigista – dá instruções claras e precisas sobre o que deve ser feito, dando o primeiro passo e o exemplo de como fazer;
  • Pressionador – orienta o foco das pessoas para os objetivos e exige resultados positivos constantes;
  • Democrático – abre a liderança aos liderados, pede contributos e opiniões, favorece a delegação e o envolvimento de todos;
  • Coach – ajuda as pessoas a descobrirem motivações e oportunidades, ensinando-os como melhorar e atingir o seu potencial.

O mais interessante é que liderar pessoas e equipas nos dias de hoje, requer uma grande capacidade de aplicação de todos estes estilos, muitas vezes em simultâneo.

líder de pessoas

Não existe um estilo de liderança adequado para todas as situações ou pessoas. Não existe uma “fórmula” ou “receita” de combinação de estilos que funcione sempre.

É preciso que quem lidera tenha a arte e o engenho de se manter fiel ao seu estilo natural em função dos seus pontos fortes. É preciso que conheça muito bem as pessoas que lidera e a forma como reagem aos seus estímulos. Assim como, ter uma grande capacidade de analisar e compreender o que está verdadeiramente em causa no desafio com que lida.

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A arte de liderar

A verdadeira arte de liderar é ser autêntico sem ser arrogante, adaptar-se às pessoas sem perder o rumo, interpretar as situações sem perder o timing certo!

Atualmente as organizações precisam de líderes capazes de apontar para um futuro melhor. Líderes com relações estáveis e que geram confiança, capazes de orientar e dirigir com firmeza, gerando resultados, delegando e potenciando talentos.

Quando a liderança é assim, hoje e sempre, faz a diferença.

Se está numa posição de liderança lembre-se que tem em mãos a oportunidade de fazer a diferença na carreira (e na vida) das suas pessoas. Aproveite-a!

Liderança em resumo…

É preciso reforçar a confiança dos liderados no poder incrível que a liderança tem e na sua capacidade de fazer a diferença. Para que isso aconteça, é necessária uma grande capacidade dos líderes de entender as organizações da atualidade, o que querem e como pensam os seus colaboradores, aplicando os vários estilos de liderança situacional em função das exigências de cada pessoa e contexto.

Pedro Silva é especialista em soft skills e desenvolvimento pessoal, formação e team building, com mais de 9.500 horas de palestras e sessões para quadros executivos. Nesta área, já trabalhou com mais de 160 empresas de referência a nível nacional e internacional e impactou mais de 15.000 pessoas!

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